Educar com os Pés no Chão — Porque Caráter se Forma na Vida Real
- Carla Klaritmar
- 10 de jul.
- 2 min de leitura
Essas fotos não são apenas registros de missão.
São marcas profundas na minha história como pai.
E, mais do que isso, são sementes que plantei intencionalmente no coração da minha filha Beatriz.
Ela ainda era pequena.
Uma menininha que gostava de bonecas e doces.
Mas eu decidi levá-la comigo para ver o que o mundo tenta esconder:
O lixão de Goiânia.
Um lugar onde famílias inteiras viviam entre sacos, restos, sujeira, abandono…
E esperança.
Alguns disseram que era “cedo demais” pra ela.
Mas eu discordo.
Nunca é cedo demais para ensinar o que é compaixão.
Nunca é cedo demais para mostrar o que realmente importa.
Beatriz brincou com crianças que não tinham brinquedos.
Sorriram juntas. Correram descalças.
E mesmo sem entender tudo, ela viveu algo que nenhum presente ou lição escolar jamais ensinaria:
Que o mundo é maior do que o conforto da nossa casa.
Que há dor lá fora. E que é possível fazer algo por ela.
Lembro de uma cena que carrego até hoje.
Ela parada, olhando pro lixão à distância.
Silenciosa.
Com os olhos cheios de algo que ela ainda não sabia explicar.
Mas eu sabia.
Era compaixão nascendo. Era empatia tomando forma. Era humanidade florescendo.
Hoje, quando olho para quem a Beatriz está se tornando — uma jovem sensível, generosa, consciente — eu não tenho dúvidas:
Solidariedade não nasce do nada.
Solidariedade se mostra. Se vive. Se transmite por exemplo.
E isso começa em casa.
Por isso, pais… mães…o você testou
Não criem filhos alheios à dor do mundo.
Não protejam tanto a ponto de cegá-los.
Apresentem o mundo como ele é — não para traumatizar, mas para transformar.
Levem seus filhos onde a dor existe.
Mostrem a eles o que a maioria prefere esconder.
Ensinem-os a ouvir quem nunca foi ouvido.
A valorizar o que tem.
A repartir o que pode.
A amar sem esperar nada em troca.
Um dia no lixão pode ensinar mais sobre caráter do que mil aulas sobre cidadania.
Um abraço numa criança invisível pode formar um adulto que escolhe fazer a diferença.
E você, pai? Você, mãe?
em coragem de mostrar o mundo real para os seus filhos?
Tem coragem de formar não só estudantes… mas seres humanos completos, compassivos, justos?
A nova geração está nas nossas mãos.
E o que mostramos hoje, molda o amanhã.
Vamos criar filhos que não se contentam em assistir.
Vamos criar filhos que se levantam pra servir.
"Solidariedade como estilo de vida"
— Everton Lopes
Influenciando pessoas. Gerando vidas. Começando pela minha própria casa.
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