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Sertão Baiano – Quando as Palavras não São Suficientes

Essas fotos... essas malditas fotos ainda me fazem chorar.

Porque eu não vi em documentário.

Eu vivi.


Era início dos anos 2000.

Enquanto o país vibrava com promessas e discursos sobre justiça social,

eu estava no sertão da Bahia, ajoelhado na poeira quente, com lágrimas caindo no chão rachado.

O "representante dos pobres", como se autodenominava o presidente na época, dizia proteger o povo.

Mas eu vi o povo morrer de fome, enquanto ele protagonizava o maior escândalo de corrupção da nossa história.

E quando eu falo fome, não estou exagerando.

Fome de verdade.

Fome que seca os lábios, que desmaia crianças no colo das mães.

Fome que cava buracos no estômago e arranca o brilho dos olhos.

Fome de quem come farinha crua com as mãos sujas porque não tem prato, não tem garfo, não tem tempo pra esperar.


No Dia das Crianças, vi meninas lavando roupa num açude marrom, sem saber o que era um presente, um brinquedo, uma infância.

Vi meninos com o corpo queimado de sol e alma queimada de abandono.


E eu me lembro…

Lembro da menina cigana que entrou na traseira da minha caminhonete, rasgou um saco de farinha e começou a comer com as mãos.

Com fúria. Com desespero. Como se estivesse em guerra.

E estava.


Essas fotos são minhas.

Esses gritos mudos ficaram dentro de mim.


Eu vi a lama no prato.

Vi mães encolhidas de vergonha porque não tinham mais leite, nem força, nem fé.


Entrei em casas feitas de barro, onde só cabia o vento e a tristeza.

Vi meninas com 13 anos segurando seus próprios filhos no colo, com mais sete irmãos pra criar.


E talvez o que mais me revolte…


É que muitos usaram essas imagens pra arrecadar dinheiro em nome de Deus —

e nunca entregaram nada.

Fizeram da miséria um palco.

Fizeram da dor um negócio.


Mas eu não.

Nós não.


Eu e minha equipe decidimos ficar.

Decidimos dizer a verdade.

Pagamos caro.

Fomos ameaçados, silenciados, desprezados.


Mas enquanto outros discursavam e saqueavam…

Nós estávamos lá:

Construindo casas.

Carregando cestas básicas nas costas.

Consolando mães.

Dando banho em crianças.

Devolvendo dignidade onde só havia abandono.


E hoje… ainda estamos aqui.

Ainda andando onde quase ninguém quer ir.

Ainda chorando onde o mundo já se acostumou.

Ainda acreditando que cada vida importa.


Mas eu te digo com toda humildade e com toda verdade:


Eu não consigo fazer isso sozinho.

Eu nunca consegui.

Eu preciso de você.

Se essas palavras te doeram, se essas imagens te rasgaram por dentro…não se cale.


➡️ Você pode orar.

➡️ Você pode compartilhar essa missão.

➡️ Você pode contribuir financeiramente.

➡️ Você pode ser um Ajudador.

Porque quem cala diante da injustiça se torna cúmplice dela.

E eu sei que você não é cúmplice.

Eu sei que seu coração sente.


Então…

Vamos juntos.

Por cada criança que ainda dorme com fome.

Por cada mãe que espera um milagre.

Por cada história que ainda pode ser resgatada.



"Solidariedade como estilo de vida"


Everton Lopes

Influenciando pessoas. Gerando vidas. Indo onde poucos têm coragem de ir.

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